Finalmente o dia do anuncio da 5ª edição de D&D chegou. Todo mundo já esperava isso, todos os comentário na grande rede apontavam para essa direção. Desde a linha Essentials especulavasse uma futura 5ª edição, talvez até antes visto o desagrado do público. Então se você acha que pagou de profeta e só você previu o fim da 4ª edição, está enganado.
A D&D 4E acho que foi a mais polêmica de todas as edições do rpg, não sei se a mudança AD&D para 3E foi a mesma coisa, não jogava rpg nessa época. Muitos dos fãs antigos disseram que a coisa toda começou a desandar a partir da 3E, e que a 4E foi o apogeu do erro da Wizards of the Coast (WotC).
Outros adoraram a 4E, disseram que é o sistema mais equilibrado de todos, mais simples que seu antecessor, porém extremamente voltado para o tabuleiro porém com regras demais.
Antes de continuar a postagem eu preciso dizer que não sou nenhum especialista em D&D, nunca joguei AD&D, joguei a 3E e a 3.5E, não gostei da 4E ( vou dizer o porque depois), então se você procura a opinião de alguém que tem mais propriedade no assunto que eu, leia a postagem no Birosca Nerd, ou a do Fale RPG, ou siga o twitter do Kimblepr.
Porque eu não gosto da 4E e a força do D&D
Essa troca de edições não me agrada! |
Eu não gosto da 4E porque ela é uma nova edição, somente. Eu sou contra novas edições, sou contra jogar tudo o que você tinha comprado no lixo para conseguir uma nova edição e ter que comprar tudo novamente, tá a base do mundo capitalista é essa mas eu não preciso gostar. Fazemos isso com roupas, eletrônicos e etc, mas não gosto disso no rpg.
Outro motivo é que alguns dos melhores suplementos que já existiram para D&D nunca sairam por aqui por causa desse troca-troca de edição. E isso desde de AD&D, tá certo que não é culpa da WotC as editoras daqui não acompanharem o timing dela, mas o lançamento de produtos desse tipo aqui não é algo tão rápido, portanto não conseguimos acompanhar todos os lançamentos anteriores quando surgem novas edições.
No entanto com tudo isso D&D provou ser um força motriz do mercado de rpg, mesmo com a polêmica 4E visto que esse sistema alterou todo o mercado. Praticamente forçou o desenvolvimento de novos sistemas e de uma nova forma de se comercializar o rpg. A Privater Prees, Green Ronin, a Jambô (aqui no Brasil) mudaram os sistemas dos seus jogos principais, decidiram não depender mais do D&D e se voltar para o seu público em específico e também o muito elogiado Old Dragon da Red Box.
D&D portanto movimenta todo o mercado independente de ser bem sucedido ou não. A 3E tornou possível o desenvolvimento de vários rpgs, muitos até mais interessantes que o próprio D&D. Já a 4E proporcionou a produção de vários outros sistemas, do corte do cordão umbilical de quem ainda dependia dos sistemas da WotC.
Agora penso que o cenário se inverteu
D&D antes ditava as regras do jogo, ditava as tendências, mas acho que em algum momento ela se perdeu, o mercado se transformou e ela não acompanhou a mudança. Não falo dela se espelhar nos rpgs eletrônicos para atrair novos fãs. Falo que surgiu tanta coisa legal, tanto no mercado indie como no mainstream, que D&D ficou mais apagado. Acho que a culpa não foi da Paizo e do Pathfinder, apesar dele ter abocanhado boa parte dos fãs de D&D, mas o mercado em si mudou. A Paizo sentiu isso, se ajustou e foi bem sucedida.
Os indies ditam a tendência agora? |
Creio que o mercado indie também foi um grande responsável por tirar um pouco do brilho do sistema da Wizards. Tal mercado é focado em públicos específicos, não tentam agradar a todos (embora existam exceções), são simples, parte deles são modulares, e mal precisam de preparação. Acho que esse é o segredo do sucesso, simplicidade.
Num mundo cada dia mais dinâmico, em que temos menos tempo, os sistemas mais leves e simples são mais indicados. Mas isso não torna impossível o desenvolvimento de algo mais "pesado", com mais regras e que necessite de mais preparação.
O que promete a D&D 5E
Talvez ele bebam muito dessa fonte. |
Conforme li por aí, a D&D 5E promete ser uma volta às origens e ao mesmo tempo uma adequação ao mercado. Ele pretende resgatar o clima das antigas e saudosas edições de D&D e também pretende ser algo que se adeque a qualquer público. Ou seja, teremos um sistema de regras simples e modular em que a complexidade será dada de acordo com a mesa.
Voltaremos a ter como cenário principal o Forgotten Realms com um suporte a toda sua linha do tempo. Você não precisará aderir a algum evento se não quiser, nem precisará considerar eventos recentes.
A WotC pretende fazer uma série de playtests, enquetes e saber o que o fã quer de D&D durante a produção da 5E, para desse modo oferecer exatamente aquilo que o público quer. No entanto acho que ela terá que ir com cuidado aqui, pode acabar dando um tiro no próprio pé.
Por enquanto é isso, foi o divulgado. Hoje não dá para fazer nada além de especular. Vamos ver o que a WotC irá nos oferecer num futuro próximo, vamos ver como o mercado irá reagir e o que irá surgir. É isso aí, façam suas apostas.
Só mais uma coisa antes de finalizar, esses "dois centavos" já foram longos demais, não sou contra nenhuma edição de D&D. Hoje não dependo desse sistema, mas fico feliz pela movimentação de mercado que esses lançamentos provocam.
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3 comentários:
Poxa vida, eu também acho uma chatice a Devir ter descontinuado a linha da 3E. Entram muitos fatores aí, infelizmente. Em um mundo perfeito onde os consumidores brasileiros tivessem poder de compra o suficiente (e a Devir, capacidade e organização o suficiente) pra que o Brasl pudesse ter acompanhado o calendário de lançamentos da Wizards, muito provavelmente a 4E teria sido bem melhor aceita por aqui. Se não me engano, a Jambô vai lançar o M&M 2E até o último lançamento, né?
Mas, mesmo assim, contrariando o que eu imaginava, nos EUA também há muitos insatisfeitos com ela. Pensando bem, aliás, o movimento OSR e o Pathfinder fizeram tanto sucesso meio por causa disso, afinal tem gente que simplesmente nem passou pra 3E e esse pessoal está sendo procurado hoje pela Wizards.
De qualquer forma eu considero uma tremenda façanha se a Wizbro conseguir criar um D&D modular, que respeite o feedback de vários estilos de jogadores diferentes, e possa se adequar a cada um deles. Mas uma coisa que não vão fazer é simplesmente aceitar os pedidos de todos e dar esse tiro no pé, porque já estão com muita coisa pronta já sendo testada - ter alguém como Monte Cook no time de desenvolvimento já revela que essa estratégia não é tão amadora quanto disseram algumas pessoas. Afinal, deu certo no Pathfinder, certo? =)
PS.: você não citou, mas aqui no Brasil o Old Dragon também surgiu a respeito da nossa vontade de não depender mais do D&D, logo quando a 4E foi lançada. =)
Isso é muito complicado... se eu tivesse tanto dinheiro, mas tanto dinheiro, a ponto de não saber o que fazer com ele, eu poderia até pensar em investir em algo assim que tem data para acabar e que logo uma nova edição surgirá.
Não sou a favor dessa prática. Eu sou a favor de edições em que apresentem correções, inovações em alguma coisa que seja crucial para o sistema... algo assim!
Ao mesmo tempo, meio que fico triste vendo tanta gente colocando lá pra baixo um sistema que foi quase o pioneiro desse estilo de RPG e cuspindo no prato que comeu. D&D fez história. D&D vem marcando gerações. D&D marcou minha vida. Devo muito a este cenário, aprendi muito com ele, e sabemos que os novos cenários que surgem são inspirados em D&D, não há como negar!
Desculpa Dan, erro devidamente consertado. É bem complicado aqui no Brasil principalmente porque não tem comparação da Devir com a Wizbro. Em termos de organização e dinheiro. Acho que é bem difícil qualquer editora acompanhar os lançamentos de uma editora gringa.
A Jambô com relação ao M&M 2E, ela não chegou a lançar todos os livros do sistema, ela selecionou alguns. Os melhores segundo o juízo dela. O que não foi ruim, visto que tem muitos lançamentos meio que redundantes ou não tão bons do M&M 2E.
Isso é verdade, Andhora Silveira, não tem como ignorar o D&D. A 4E pode não ter sido a melhor mas moveu todo o mercado e uma direção. E é o que provavelmente fará com a nova edição. Mesmo não acompanhando a atual edição, sei do poder de influência do sistema. Respeito o sistema e reconheço sua importância, não sou a favor de esculhambar e dizer que seu tempo já passou. Quem fala isso não entende de rpg.
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