A Dragon Slayer 33, os elfos e seu novo papel no cenário de Tormenta RPG?

Semana passada eu falei um pouco sobre os elfos negros de Tormenta e o porque de achá-los legais. Hoje vou dar minha opinião sobre a Dragon Slayer #33 e uma matéria muito legal, na realidade uma aventura, contida nela.

Eu me arrependo de não ter feito uma resenha da revista, foi a melhor do ano! Pelo menos até agora. E eu acho que dá para resenhar rapidamente a revista!

 

Resenha Rápida Dragon Slayer 33

Notícias do Bardo - Desta vez eles dão dicas de como organizar um evento de RPG. Extremamente útil. Bem escrito, muito legal abordar esse tema.

Reviews - Nesta edição temos o Mecha e Mangá, DBride: A Noiva Dragão e O Bestiário de Arton. Concordo com tudo que foi dito a respeito destes lançamentos. Eles tem uma qualidade excelente. O Bestiário merece nota máxima! 

Sir Holland - A mente criativa por trás dessa tirinha tem tido idéias cada vez melhores. Eu queria ter mais informações sobre o criador. O trabalho dele está cada vez melhor.

Toolbox - O bolo é Mentira! - Escrito pelo Leonel Caldela, um guia sobre como enganar os seus jogadores em sua campanha ou aventura. Ele dá vários exemplos de como mentir na sua mesa de modo que os jogadores acabem gostando! Excelente! 

Mestre da Masmorra - Criando o Clima - O Gustavo Brauner começa a falar sobre como dar um clima à suas sessões de jogo! Está muito bem escrita e é essencial para qualquer mestre, seja iniciante ou experiente que tem dificuldades de criar o clima certo para sua sessão. 

Super Mega City - Eu acho que já falei isso aqui: A idéia do Megacity é genial! Sério, um cenário que finalmente explora TUDO do 3D&T. É o que os jogadores e mestres sempre sonharam e as matérias tem ficado cada vez melhores. Eu adorei esse cenário, dá até vontade de voltar a jogar o sistema. Ou de adaptar isso para M&M. E as regras novas estão muito boas, simples e funcionais.

A Gazeta do Reinado - Essa vem para fazer qualquer fã arrancar seus cabelos. Muitos ganchos para aventuras, como sempre, mas o que chama mais a atenção são duas notícias: Localizado o Covil do Terceiro e Agito dos Anões da Superfície. Dois plots que estamos loucos para ter mais informações a respeito.

Agora preciso dizer uma coisa, nesta edição temos 3 crème de la crème. Não consegui dizer qual deles é o melhor, acabei optando por fundir essas 3 matérias num só crème de la crème.

O Teste - Essa matéria é o assunto principal do post, portanto serei breve agora. A aventura está ótima, a primeira parte lembrou muito o filme do Tarantino, Bastardos Inglórios! Incrível, uma ótima aventura!

Chefe de Fase - Tex Scorpio Mako - Esse personagem cativou muita gente no primeiro romance da trilogia de Tormenta. A ilustração do personagem foi feita pelo Remo DiSconzi, um dos autores do Crônicas da Tormenta (resenha aqui) e escritor do .20. A ficha e os talentos foram feitos pelo Guilherme Dei Svaldi, um dos donos da Jambô, e estão excelentes tudo funcional e coerente. E o texto é do Leonel Caldela, pai da criança, e está com a qualidade de sempre!

Power Up - Técnicas de Luta - Essa matéria merece um post só dela. Finalmente temos novos brinquedos para classes combatentes. A abordagem na forma de talentos foi muito bem bolada, vai ajudar muito a classe mais fraquinha do Tormenta RPG - o Guerreiro - e os pontos de energia foi uma sacada simples e funcional. Parabéns para o Guilherme! E ainda somos apresentados ao futuro suplemento: Manual do Combatente para Tormenta RPG.

Fim do crème de la crème.

Heróis de Mangá - Temos uma prévia do Mecha & Mangá com novas perícias e feitos. Isso tudo só me deixa mais ancioso para adiquirir esse suplemento.

No fundo do Baú - Somos apresentados ao Millenia, um RPG brasileiro de ficção científica! A matéria foi escrita pelo Gustavo Brauner. Achei interessante e fiquei curioso em conhecer esse sistema, um dia faço isso.

Mas e os elfos? Cadê?

Mais elfos negros?

Terminada a resenha vamos para o que interessa, o novo papel dos elfos em Tormenta RPG. Bem, pelo menos eu acho que será. 

Quem conhece o cenário de Tormenta D20, sabe que a deusa dos elfos e suas criações tinham sofrido uma grande perda na sua história. Eles foram massacrados por uma raça considerada inferior, os goblinóides, e foram chutados da floresta que chamavam de lar. Hoje são um povo sem pátria, amargurado e etc.

Após a Trilogia Tormenta, a deusa dos elfos caiu. Usou seus filhos como escudo, foi derrotada pela Tormenta e hoje vive como escrava do novo líder do Panteão, Tauron! Os elfos agora são um povo sem deusa, muitos deixaram mais uma vez de venerá-la, e tantos outros preferiram virar escravos dos minotauros, aceitando bem seu novo papel no mundo.

Pois bem, diante disso você pode pensar que os elfos se voltariam ainda mais para Tenebra, a mãe dos elfos negros, mas não é isso que está acontecendo. Pelo menos aparentemente. Os elfos parecem estar adorando mais ferrenhamente outra divindade, e isto me surpreendeu, o deus da guerra Keen.

Isso não significa que essa raça não o adorasse antes, ou que ela só adore esta divindade. Mas foi o que eu entendi após a aventura da DS #33, os elfos tem um novo patrono principal. 

E não é porque aparece um ou dois elfos que servem a Keen, falo isso baseado no fato de o principal líder da vingança contra os goblinóides ser um servo do deus da guerra. 

Mais elfos mais durões e menos chorões

Pense comigo, você tem um grande líder que parece estar mobilizando o povo élfico para a vingança contra seus carrascos. Esse líder mostrou-se bastante influente nessa empreitada, é extremamente natural que caso se mostre bem sucedido nisso tudo ele traga mais elfos para seguir os dogmas do seus deus. 

Ele pode muito bem ser chute inicial de uma nova era para os elfos. Eles deixariam de ser um povo ressentido e amargurado, e passariam a ser um povo forte que dá sua vida em prol da reconstrução de sua nação. 

Finalmente deixariam de chorar pelos cantos e iriam tomar a força o seu lugar de "raça superior" no cenário.

Nada de elfos amantes da natureza ou chorões escondidos no subterrâneo, apesar deu adorar os elfos negros.

Eu acho essa nova perspectiva muito empolgante. Um povo guerreiro, elfos durões voltados para a sua vingança, que querem demonstrar que não são todos que aceitam a condição de escravos, servo das trevas ou de chorões. Um bom plano de fundo para criar personagens, espero que seja realmente isso que venha a acontecer.

Quais seriam as outras opções dos elfos?

Se tratando de Tormenta eu também penso que nada disso venha a acontecer, que o grande líder élfico adorador de Keen venha a deixar sua marca e só. Que não venha a criar uma terceira "seita" de elfos. Digo terceira pois teríamos os elfos adoradores de Tenebra, os escravos de Tauron e os guerreiros adoradores de Keen. 

Eles podem também continuar na mesma no cenário, o que eu acho muito difícil, e adorarem qualquer outro deus sem colocá-lo como divindade principal.

Ao meu ver se os elfos tivessem que ter uma nova divindade principal, fora Tenebra e Tauron, poderiam ser também os seguintes:

Allihanna - A deusa da Natureza

Em muitos cenários (quase todos) os elfos são seres arcanos que possuem uma grande afinidade com a natureza. Constroem seus reinos nas florestas em uma harmonia perfeita, sem agredi-la, respeitam os animais e etc. Em Tormenta D20 sua descrição dizia a mesma coisa e por mim essa poderia ser a deusa patrona original dos elfos. Eles poderiam ter sido criados como guardiões dos domínios da deusa da natureza. Seriam Feiticeiros, Rangers ou Druidas. 

Como não foram originalmente criados por ela no cenário de Tormenta, eles poderiam se voltar para a mesma agora. Poderiam voltar a construir seus reinos nas florestas e se tornarem seus guardiões. Pra mim estariam no se habitat natural.

Kallyadranoch - O deus dos dragões

Esse personagem conquistou muitos fãs quando apareceu no Panteão D20. E quem leu a trilogia sabe que ele voltou, estava adormecido numa elfa e tem como seu sumo sacerdote um elfo. Incialmente eu pensei que este seria o novo patrono da raça. Seria muito interessante vê-los com esse novo status, aqueles quem os dragões respeitam, os que servem o grande dragão, os que possuem mais poder. Sério, isso iria impor respeito onde quer que eles fossem! 

Elfos Ateus 

Também poderiam seguir esse caminho. É natural que decepções envolvendo divindades levem pessoas para esse lado. Os elfos poderiam deixar de crer em divindades e começar a construir seu futuro sozinhos, sem deuses.

Seria algo diferente que ainda não vi por aqui. Eles poderiam se dedicar ao desenvolvimento de tecnologia, ciência e etc. Seriam Alquimistas, Magos e etc.

Concluindo   

Frequento constantemente o fórum da editora Jambô e lá vejo muita gente revoltada com a situação dos elfos no cenário. Muitos dizem que não é justo, que eles deveriam ter uma nação novamente, chutar a bunda dos goblinóides, que os autores odeiam os elfos, etc. 

Eu não acho isso, penso que seja uma das melhores raças para um jogador criar uma história. Tragédia é o que não falta para os elfos, e qualquer uma delas pode ser um chute inicial para o nascimento de um grande herói. Pode ser ele um grande libertador da nação élfica, um servo das trevas vingativo, um guerreiro prodigioso que almeja construir uma imagem diferente do seu povo, e por aí vai. É uma raça que pode assumir bem qualquer papel.

Se eles optarem por servir ao deus da guerra será ótimo para mudar um pouco a imagem deles no cenário. Mas se continuarem pelo caminho atual, ou por alguma das opções que falei aqui ou outras que não mencionei, será ótimo também. Os autores são excelentes e creio que saberão aproveitar muito bem qualquer um desses plots.

É isso aí, adorei a DS #33 e para mim é a melhor do ano! E com certeza vou adorar se os elfos forem todos servos de Keen. Que a guerra tome a todos!

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