Faz tempo que eu desejo fazer esse post. Finalmente surgiu a oportunidade. Hoje vamos falar sobre revistas de RPG. O que mais motivou esse post foi ouvir uma porrada de gente reclamar sem razão das revistas de RPG, ou melhor, da ÚNICA revista de RPG do mercado brasileiro. Por quê quem reclama não tem razão?
Antes eu quero avisar o seguinte: Esse post não vai falar sobre as revistas de RPG desde a primeira publicada aqui até hoje. Vou dar algunas respostas para os questionamentos dos trolls que vejo na web.
Entendendo o óbvio
O que eu escuto muito falando por aí, é que a Dragon Slayer (DS) deveria trazer matérias envolvendo outros jogos. Que ela só fala de Tormenta e M&M. Que a Dragão Brasil (DB) falava sobre tudo e que a DS deveria falar sobre tudo também. E por aí vai.
Quando eu escuto algo assim eu penso: Será que ninguém aqui entende o óbvio?
Sério, vamos pensar um pouco. A DS pertence a editora Jambô, esta editora tem os direitos de publicação dos seguintes títulos: Reinos de Ferro, Mutantes & Malfeitores, Tormenta RPG, Dragon Age RPG e os Livros - Jogo da série Fighting Fantasy. Eu penso que seja um tanto óbvio que a editora vá trabalhar com o "material da casa".
Pra mim, reclamar que a DS só trabalha com o material que a Jambô publica é o mesmo que reclamar que a Nintendo World (NW) só publica matérias relacionadas aos jogos da Nintendo ou para os consoles dela!
Eu não vejo a NW publicando algo sobre franquias de games exclusivos de outros consoles.
E olhe que a DS ainda faz resenhas de materiais que não são dela. O que eu acho bastante justo. Ela não tinha nem a obrigação de fazer isso. Você não vê a NW dizendo: Oh, o Final Fantasy XIII é bem legal, pode comprar!
Além disso quem detém os direitos de publicação dos outros sistemas aqui no Brasil, a saber, GURPS, D&D 4E e os livros da White Wolf, é a Devir. E ela pode liberar ou não para alguém publicar matérias a respeito dos seus jogos. E sinceramente, se fosse comigo, eu só iria atrás de materiais de outras editoras se eu não tivesse nada para publicar. Eu não vou fazer propaganda de outros sistemas quando eu tenho o(s) meu(s) sistema(s).
Mas a DB publicava matérias para os sistemas da Devir!
Publicava sim! Mas a proposta da DB era totalmente diferente da proposta da DS. A Dragão Brasil (DB) tinha como proposta ser a revista de RPG brasileira, que abordava todos os sistemas jogados no país. A Dragon Slayer tem como proposta servir de suporte para os jogos da Jambô.
Quando o Trio Tormenta criou 3D&T e Tormenta, logicamente reservaram espaço para esse material na revista. O que eu também penso ser óbvio, afinal eles querem vender o produto.
O problema é que tem gente que não gosta do 3D&T, não gosta do Tormenta e não quer que os seus criadores os divulguem. Vai entender.
Enfim, são revistas com propostas diferentes! Falam sobre o mesmo tema, mas são diferentes. E não é porque a Dragon Slayer é única revista de RPG no formato impresso aqui no Brasil, atualmente, que ela tem a obrigação de falar sobre sistemas que não sejam os que a editora Jambô publica.
A Dragon Slayer, o preço e a periodicidade
No começo a Dragon Slayer era mensal. Não lembro a partir de que edição a DS passou a ser bimestral e em seguida trimestral, mas eu achei uma solução elegante para a situação que eu penso que exista.
Que situação?
A Dragon Slayer é uma revista de suporte aos sistemas que a Jambô editora publica. Além disso ela tem como objetivo atrair novos jogadores através das adaptações de sucessos dos quadrinhos, cinema, etc.
Creio eu que, por publicar material referente aos produtos da Jambô, o público da DS é menor do que o público que consome RPG no geral. Sendo assim, penso que ela não consegueria se manter no mercado brasileiro com o preço baixo e sendo mensal.
A solução foi torná-la trimestral e aumentar o preço. Ela custa R$14,90 hoje. O papel da revista é de alta qualidade, a quantidade de páginas é ideal e as matérias servem bem para a proposta da revista. Ou seja, o preço não está exorbitante para a situação atual.
E não venha comparar com o preço da DB, porque era outro formato, outro papel, fora os outros fatores que influenciavam no preço.
E os jogadores dos outros sistemas ficam sem uma revista?
Não. Exitem outras alternativas.
Eu sei que gosto de ter uma revista impressa, com material de qualidade do(s) sistemas(s) que eu jogo. E provavelmente outros jogadores gostariam de ter uma revista falando de D&D 4E, Vampiro, Mago, GURPS, etc. No entanto, com o auxílio na internet, muitos blogs supriram esse espaço. Hoje existem vários blogs de RPG, gringos e nacionais, que tratam de vários sistemas diferentes.
Portanto a solução rápida e barata é ir atrás desses blogs. Procurar material na web sobre D&D 4E e cia.
Outra solução é cobrar de quem publica esses jogos aqui no Brasil uma revista que trate desses sistemas. Cobrar de quem não tem nada a ver é um pouco forçado.
Mas é só isso? Devemos cobrar da Devir?
Não. Creio que existem, no mínimo, mais 2 soluções.
Revistas virtuais
Esse recurso já é utilizado hoje. Temos revistas como o Beholder Cego, RPG Magazine, Pergaminhos de Tanna-Toh, Rolepunkers e outras (lembrei apenas dessas, me desculpem os outros autores). No entanto, eu acho que esse recurso poderia ser melhor aproveitado. Como?
Utilizando tudo o que um computador pode oferecer. Mas sem ficar bagunçado.
Uma ferramenta muito interessante, que eu creio que vai se popularizar como os celulares, é o tablet. E quem começar a investir nesse mercado pode vir a ter um bom retorno.
Imagine, não um pdf para você ler no tablet, mas um novo formato de revista desenvolvido para ser consumida por tablets. Além de material de leitura, outros recursos poderiam ser adicionados. Vídeos e músicas, por exemplo. E como não é algo impresso, poderia ter um preço mais acessível, etc.
Dentro dessa idéia, poderíamos pensar em um novo modelo de negócios.
Essa ilustração pertence ao novo projeto do J.M. Trevisan e do Lobo Borges, LEDD. É uma nova hq que se passa no cenário de Tormenta. O traço do Lobo Borges é muito bom e eu gosto de como o J. M. Trevisan escreve, então tenho boas expectativas sobre o projeto.
Mas o que chama também a atenção é a forma como o eles decidiram "vender" o projeto. Segundo o Trevisan, a revista sairá na web de graça! E periodicamente serão publicados volumes impressos, que serão encadernados de várias edições da revista online.
Uma boa idéia, para um novo modelo de negócios de revistas virtuais. Você pode consumir o conteúdo online e também adquirir o modelo impresso periodicamente.
Até a DC aderiu a venda de de hqs online. Após a saga Flashpoint, todos os volumes da editora serão lançados, simultaneamente, em versão impressa e online! As editoras que publicam RPG e não tem revista própria, ou cacife, ou coragem para produzir uma, poderiam pensar em algo assim.
Fanzines
Essa a capa é do fanzine feito pelo pessoal da Secular Games, Mamute. Uma revista independente, com uma pequena tiragem, mas muito bem feita e interessante.
A idéia é simples, se você não tem revistas que falam sobre os temas que você quer e acha interessante publicar no formato impresso, faça um fanzine!
Pode dar trabalho e não ser tão barato, mas isso nunca impediu fã nenhum. E quem sabe um dia o fanzine vire uma grande publicação?!
Reúna os amigos, junte dinheiro, faça um material de qualidade e publique em algum encontro de RPG, ou algo assim. Produzindo um bom material você vai conquistar o público e gradativamente a revista vai crescendo e pode vir a se tornar algo realmente grande.
Concluindo
A DS cumpre bem o papel dela. É uma boa revista que não tem a obrigação de dar suporte a outros cenários a não ser os da editora Jambô. Se quiserem uma revista que fale de tudo, façam! Ou cobrem de quem deveria fazer! Você pode produzir sua revista virtual, fanzine ou criar um blog de RPG, ou se unir a um blog existente!
Possibilidades existem é só agarrá-las e quem sabe você faça sucesso e ganhe com isso! Ficar reclamando é perder tempo e encher o saco de quem tá te escutando!
3 comentários:
Gostei do post! Eu gosto da revista Dragon Slayer. Ela é muito interessante e aborda assuntos muito legais, tem umas matérias realmente boas. Eu acho tolice reclamar de um material tão bom ^^
Geralmente são os trolls que reclamam sem razão! huahuahauhauhauh!
Bons tempos de e-zine e rpg no começo dos anos 2000. Era o que tinha de melhor na internet.
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