Virei fã do Lanterna Verde antes do filme ser lançado. Alguns anos antes, para falar a verdade. Tive contato primeiramente: com as animações Lanterna Verde - O Primeiro Voo e Liga da Justiça - Uma Nova Fronteira. Gostei do conceito do personagem e a partir daí comecei a consumir tudo o que podia dele e hoje é a única série regular da DC que acompanho. Por isso estava bastante ansioso para ver a nova série animada deste herói.
Assisti o episódio duplo ontem e fiz essa resenha com o mínimo de spoilers possível, para não estragar futuras surpresas que os espectadores poderão ter assistindo essa série.
A história é bem simples, basicamente Hal Jordan desobedece os Guardiões e parte junto com Kilowog para descobrir o que está matando os Lanternas Verdes que patrulham os pontos mais distantes do universo. São tão distantes estes setores que a dupla não pode chegar lá utilizando o poder dos anéis (levaria 18 meses assim), eles então roubam uma espaçonave experimental que os Guardiões projetaram, ela tem sua própria lanterna verde como bateria e um motor de dobra bem avançado. Com isso é possível chegar rápido nos setores mais distantes do universo.
A espaçonave dos guardiões |
Kilowog e Hal Jordan se metendo em encrencas |
Como podem ver, o início da aventura é simples. O episódio tem momentos tensos e outros bem previsíveis. Possui ação e um pouco de comédia. A personalidade do Hal Jordan é bem fiel ao original, a do Kilowog também e os Guardiões também ficaram bem legais. As vozes combinaram bem, inclusive a do Atrócitus (líder dos Lanternas Vermelhos) que pensei estar ouvindo o dublador do Kratos do God of War.
O Atrocitus ficou bem legal! |
Quanto a história temos umas coisas estranhas, pra começar a conversa da distância com relação ao tempo que os laternas levariam para chegar lá. Os anéis cruzam grandes distâncias em instantes, vemos isso nos quadrinhos e nos longas em dvd do personagem, analisando por esse ponto não sera necessário uma espaçonave para fazer este percurso rapidamente. Mas isso não é tão ruim pois causa uma bela tensão no episódio e talvez nesse primeiro arco da série.
Os Lanternas Vermelhos sofreram algumas modificações: 1- Todos eles falam, quando no original só Atrócitus controla sua fúria e é capaz de raciocinar e falar. Os demais são só cãezinhos que fazem o que Atrócitus deseja. 2 - Os Lanternas Vermelhos morrem se o anel é retirado deles, pois todo o sangue dos usuários é substituído pela energia vermelha. Num dado momento do episódio um deles tem o anel retirado e só fica inconsciente.
Fora isso a história tem bons momentos. Como quando um lanterna é obrigado a fazer um grande sacrifício por um bem maior. Apesar das modificações, a história é legal. Os combates não possuem violência, são divertidos, mas nada inovadores. Só impressiona um momento em que Hal Jordan recarrega o seu anel de uma maneira inusitada, mas conseguem entreter.
O combates são legais. |
Quanto a parte técnica, no começo me questionava sobre a decisão da Warner de fazer uma série animada em 3D, mas depois de ver a série deu para entender. E depois de ler esse post você também vai compreender.
O 3D da série é bem simples, não é tão elaborado quanto o de Star Wars - Clone Wars. Na realidade, na minha opinião os gráficos da série do Sr. George Lucas tem nível de longa metragem, não tem comparação.
Os gráficos da série do Lanterna Verde são tão simples que causam um certo estranhamento, por exemplo: em algumas cenas de combate construções são demolidas e você vê pouco entulho resultante, mal vê poeira aliás, parece uma construção de Lego sendo demolida. A única cena em que os gráficos são mais detalhados é quando um planeta explode. Aí temos bastante entulho, mas só.
O ambiente também não é tão animado, as paisagens são bem simples não tem tantos detalhes. Nos dois primeiros episódios as lutas só acontecem em localidades áridas. Não existe plantas ou animais, nem nuvens, para simular um ambiente vivo e dinâmico.
Desconsidere o Hal Jordan e o símbolo do CN. Preste atenção no ambiente. |
Por fim vamos fazer uma conta básica. Vamos somar a história simples + falta de violência + gráficos simples. Isso é igual a...........uma série para crianças! Nada além disso, pelo menos por enquanto, a nova série do Lanterna Verde é só para crianças.
Estamos cansados de saber que desenhos animados, em 2D ou 3D ou em cell shading, não são um produto que é sempre direcionado para o público infantil. Por exemplo, Akira é para um público mais jovem, bem como Young Justice. Já Teen Titans e Pokemon são para crianças, exclusivamente. Isso não significa que uns são melhores do que os outros (apesar que acho Teen Titans um lixo), significa que a história e a animação em si é para um público que não é tão ligado em verossimilhança ou detalhes gráficos, portanto é um formato diferente, nem certo nem errado apenas um outro formato.
Pra uma criança, pouco importa que o Ash seja atingido por um lança-chamas do seu Pokemon. Se for engraçado, ela irá rir e não vai se importar se o Ash morreu ou não. Crianças não são tão ligadas a detalhes.
Por isso a falta de detalhes na animação do Lanterna Verde. É evidente que não é algo para um público mais velho. Foi produzida para crianças, portanto se você puder desconsiderar os detalhes você vai gostar da série e considerá-la um bom entretenimento. Caso contrário é melhor não assistir, pois você não vai gostar e aí é só procurar pela Young Justice que fica tudo certinho.
Concluindo
A série não é ruim, ela tem um público alvo específico (crianças). Existem séries que podem ser facilmente apreciadas por diversas idades, para apreciar essa você precisa entrar no contexto esquecendo os detalhes e se ligando no resto. Creio que a Warner quer popularizar seu personagem para as crianças e ganhar bastante com produtos derivados, como brinquedos, roupas e tudo mais. E talvez conquistar futuros novos espectadores para filme e leitores de suas publicações.
2 comentários:
Tive a oportunidade de assistir ao início dessa nova série do Lanterna Verde através das suas próprias mãos, e tenho que dizer que adorei. Não achei o roteiro muito previsível como você falou, na realidade ele me impressionou. Quanto ao conceito da arte da animação, acredito que faça parte de um estilo. Eu não gosto de me prender a um único estilo de animação. Sou a favor da expressão da arte de diversas maneiras e acredito que essa série adotou um estilo próprio. É simples, porém autêntico. O que achei interessante é a semelhança do padrão dos personagens com os desenhos feitos por Bruce Timm... com certeza tem muito dele nesta animação, e pra mim isso significa boa coisa!
Não acredito que o público-alvo da série seja exclusivamente crianças. Tenho que discordar nesse ponto, até porque tem muita coisa "pra criança" capaz de encantar adultos...
Parabéns pelo post e pelo seu pioneirismo discutindo essa série! Muito bom :)
Não que o roteiro seja previsível, os combates que foram. Eu penso assim, o Hal Jordan tem um anel que cria o que ele imaginar. Eu não perderia tempo com furadeiras ou tacos de baseball, faria coisas bem mais legais. Aí fico esperando isso, mas é o primeiro episódio e tem muita coisa para ser explorado ainda.
O roteiro é muito bom, o fato de só estarem Hal Jordan e Kilowog contra todos os Lanternas Vermelhos é muito interessante e empolgante. E eles não podem pedir reforços porque vai demorar muito. Eu gostei muito disso.
A animação em si é simples. Se olhar pelo ângulo que você falou (expressão artítistica) realmente não pode ser criticada nem taxada como errada ou feia ou algo do tipo. Só achei que teria mais detalhes, mas isso não chega a atrapalhar.
E também não é que ela seja feita só para crianças. O público alvo são as crianças e isso justifica as decisões quanto ao nível de detalhe da série. Qualquer pessoa pode acompanhar, é simples e bem legal. Não é uma série ruim. Mas se fosse direcionada para um público mais adulto ela teria que ter mais detalhes.
E obrigado pelos elogios. Isso me motiva a continuar com este blog.
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