segunda-feira, junho 18, 2012

Se aventurando em cidades!



Não tenho provas do que vou dizer neste primeiro parágrafo, mas creio que a maior parte das aventuras de rpg (principalmente aqueles cujos sistemas são voltados para a fantasia clássica) se resume a campanhas épicas (ou apenas campanhas) por todo um reino, enfrentando ameaças em terra ermas em busca do covil do vilão ou de um artefato poderoso para dar conta de algum vilão.

Não tenho nenhum problema com isso, o que é clássico geralmente é muito bom! E todos nós jogadores de rpg gostamos de campanhas desse tipo, com mais ou menos heroísmo, com ou sem exageros, etc. Mas existe um certo ambiente pouco explorado, acho, dentro do rpg. As cidades!

...Então uma volta à segurança da cidade, onde os aventureiros podem descansar, curar seus ferimentos, beber na taverna e comprar itens...  

Essa é uma frase dos primeiros parágrafos do suplemento para Tormenta RPG, Valkaria - Cidade sob a deusa, em que o Leonel Caldela (autor) fala a respeito do que geralmente acontece após uma (ou várias aventuras) em terras ermas. As cidades são um refúgio seguro onde os personagens irão descansar depois de desbravar o mundo selvagem fora dela!

Um livro sobre cidades!

Acho que essa influência vem mais do rpg eletrônico! E como a maioria dos mestres e jogadores consumiram esse tipo de mídia, compartilhamos esta visão. Pense bem, Final Fantasy, Dragon Quest, Chrono Trigger, etc., neste jogos temos que nos aventurar nas regiões fora da cidade e quando os personagens estão quase sem recursos e perto de morrer é que voltamos, então procuramos um "Inn" recuperamos os personagens, vamos a loja de itens e compramos poções, e se chegamos a uma cidade nova vamos ao encontro da loja de armas gastar o que conseguimos durante os combates contra monstros.

Você pode argumentar que isso é culpa do Senhor dos Anéis também, mas esta obra tem exemplos de que cidades que não são um refúgio seguro! Pense em Bri, quando Frodo, Sam, Pinpin e Merry chegam precisam ser cautelosos pois os Cavaleiros Negros estão por toda parte e podem, inclusive, estar pela cidade.
É certo que eles não são tão cuatelosos incialmente, mas a noite no Pônei Saltitante (The Prancing Pony) não é nada tranquila. Eles não foram atacados mas o clima de perigo foi sentido durante toda a noite, e pelo menos uma pessoa ficou todo esse período de guarda.


Cidades não são seguras! E sabemos disso, principalmente nos dias atuais. Não saímos por aí dando sopa e pedindo para ser vítma de algum tipo de violência. Cumprimos horários, evitamos certos lugares, etc. A vida na cidade pode não ser mais perigosa do que nas terras ermas, mas chega bem perto disso.

Recentemente tenho jogado muito Assassin's Creed, e o jogo é mais focado em aventuras dentro das cidades. Jerusalém, Damasco, Acre, são os palcos principais. As terras ao redor delas é que tem as sidequests. O primeiro game é um pouco repetitivo quanto ao que você deve fazer nas cidades por onde passa, mas já mostra como que campanhas urbanas podem ser tão interessantes quanto as demais. 

Outra referência que tenho é A Lenda de Korra. A primeira temporada acontece toda dentro da Republic City. Incialmente achei que seria chato visto que A Lenda de Aang era por todo o mundo, mas me enganei. O anime está mais interessante que o primeiro. Mais maduro e mostra todo o potencial das aventuras urbanas.  




Cidades com problemas


Confesso que o máximo que já fiz de aventura dentro de uma cidade foi colocar um grupo em busca da filha desaparecida de um nobre que no final fazia parte de uma aposta entre o pai da garota e um rival, para saber se os seus homens de confiança eram competentes. Grande erro o meu. Problemas nas cidades existem aos montes, e as da ficção podem possuir situações muito mais fantasiosas! 


Republic City, bem como a maioria das cidades de Assassins Creed tem um problema em comum. O chefão do crime local, ou apenas o cara que manda na cidade (sendo criminoso ou não). Uma rede de crime organizado, uma máfia. São problemas comuns a maioria das cidades e que podem render grandes campanhas. Ou você acha que desmantelar uma rede de crime organizado é trabalho para uma tarde de investigação? Basta assistir o noticiário e ver quanto tempo a Polícia passa investigando a movimentação dos criminosos para poder colocar em execução um plano de contenção ao crime.

Cidades como palco principal!

Você pode achar isso é algo muito chato, só investigar, sem nenhum tipo de combate físico ou vilões poderosos, mas quem disse para você que npcs realmente fora de escala tem seus covís apenas em terras ermas? Ou que aquele rico comerciante não é, na realidade, um Mago poderoso que consegue sucesso nos seus produtos através de magias que influenciam a mente dos seus clientes? Ou que não existe uma conspiração por trás do governo local que é quem realmente traça os rumos dessa comunidade?


E quem disse que vilão bom, é vilão de nível alto? Leia essa postagem do Dan Ramos no Birsoca Nerd (clique aqui).


Outro anime incrível que fala sobre aventuras urbanas, Full Metal Alchemist Brotherhood! As forças armadas envolvidas com o principal vilão do anime, uma grande conspiração, esgotos que abrigam mais do que ratos e outros seres da noite! Tem uma batalha incrível do Envy contra Mustang nos esgotos de uma cidade! Ou o covil do vilão principal que é no subterrâneo também! 


Dragões podem ter uma cidade inteira como seu tesouro, basta ler DBride do Marcelo Cassaro! Os subterrâneos de uma cidade pode conter muitas lendas, já ouviu falar de Edimburgo na Escócia e o seu Tour Sobrenatural?

Pode não parecer, mas está relacionado ao post

Existe muita coisa que pode ser trabalhada numa campanha envolvendo apenas cidades. Pense nas estórias em quadrinhos, por exemplo, a maioria delas é sempre dentro de uma cidade. E como o Homem-Aranha e o Demolidor já tiveram aventuras incríveis em New York. 


Concluindo

Este é um dos meus defeitos como mestre que pretendo sanar esse ano ainda. Pretendo fazer com que meu grupo se aventure por grandes cidades do nosso principal cenário! E mostrar a eles que não é só de terras ermas que vive o rpg. Pode ser que para alguns jogadores (os que jogam Vampiro, Lobisomen ou Mago) já estejam acostumados com aventuras urbanas e falam, com razão, que esse tipo de campanha não é algo novo. Concordo. Pode não ser novo para aventuras como as que os títulos da White Wolf propõem mas pode ser algo inovador e renovador dentro da fantasia clássica. 

Então mestre, mostre aos seus jogadores que as cidades não são refúgios sagrados e seguros, que só servem como um Spa! Pesquise na internet o que as cidades mais perigosas do mundo tem, coloque isso nas suas aventuras, extrapole, misture elementos de fantasia e garanto que terá uma campanha memorável! 


E para os que ainda duvidam do potencial de uma cidade, leiam Joe - O Bárbaro. Da revista Vertigo. Uma estória incrível sobre a jornada de um garoto e seu animal de estimação do seu quarto até onde estão "os remédios" que salvarão sua vida!

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