sexta-feira, março 09, 2012

Encontros aleatórios, Senhor dos Anéis e o RPG



O rpg pretende simular histórias como as de Tolkien, aliás o Dungeons & Dragons surgiu para simular basicamente O Senhor dos Anéis. Mas os encontros aleatórios fazem parte desse tipo de história?

Se você for ler o Senhor dos Anéis, um livro só ou toda a obra do Sr. Tolkien verá que não está presente no decorrer dela os encontros aleatórios tão presentes nas mesas atuais, ou em boa parte delas. Eu preciso dizer que não quero fomentar uma discussão sobre se é certo ou não usar esse recurso no rpg, quero apenas tentar buscar a origem do mesmo.

Veja bem, quando falo de encontros aleatórios estou pensando em algo realmente aleatório sem nenhum vinculo direto com a história a não ser dar experiência para os jogadores. Por exemplo: Os heróis estão no rastro de um assassino que se escondeu num bosque, o vilão procurou o buraco mais próximo e se escondeu esperando que os seus perseguidores desistissem da busca. O mestre passa parte da aventura criando encontros com animais do bosque para no fim eles encontrarem com o assassino!

Pode parecer um exagero, mas já vi muita coisa desse tipo. E o mestre não se deu ao trabalho de dizer que o bosque poderia ser a base de operações do assassino e que os encontros eram criaturas preparadas por ele para interceptarem qualquer perseguidor que ousasse entrar no maldito bosque! Encontros aleatórios justificados são bem melhores que encontros apenas aleatórios não acha?

Nada de encontros aleatórios aqui.

Mas a discussão não é essa! No Senhor dos Anéis todos os encontros que os personagens tem, com Orcs, Nâzgul, Trolls, etc., são justificados. São movimentos dos exércitos do Senhor do Escuro que estão caçando o portador do Anel. Não tinha como a comitiva de Frodo e seus amigos não toparem com as criaturas que servem à Ele, até porque a Sociedade do Anel estava viajando para Mordor! São encontros justificados e não aleatórios. E os Orcs de Moria, o Balrog, os Ents, são criaturas territorialistas que estavam defendendo seus domínios. 

Então se não há encontros aleatórios na obra de Tolkien, de onde vem esse recurso?

Eu nunca joguei a primeira edição de D&D, nem AD&D, mas penso que muito provavelmente esses encontros tinham outra função e hoje representam o que representam por causa dos videogames!

Penso que as tabelas de encontros aleatórios, se é que tinham esse nome, na primeira versão de D&D e em AD&D serviam mais como guia para o mestre. Ou seja, para mostrar que tipo de criatura o mestre poderia incluir como desafio para os jogadores em determinados tipos de terrenos. Com a chegada dos videogames a história muda.

Os primeiros rpgs eletrônicos, como Final Fantasy e Dragon Quest, tinham encontros realmente aleatórios porque eram necessários para os heróis evoluírem para poder ter uma chance de detonar o vilão no final do game! O objetivo do game era, ganhe muita experiência, evolua, pegue os itens mágicos mais poderosos e no final detone o vilão. Familiar?

Não estou dizendo que os rps eletrônicos de antigamente não tinham boas histórias! As melhores histórias de rpgs eletrônicos são as de antigamente, como Chrono Trigger e Final Fantasy VI! Mas o objetivo do jogo era realmente o que falei acima. Aliás, os encontros de Chrono Trigger não eram tão aleatórios assim.
Perceba que a 3ª edição de D&D foi bastante influenciada pelos rpgs eletrônicos tanto que os objetivos basicamente são os mesmos. 

O melhor game para SNES

A melhor história de todos os Final Fantasy!

Os encontros aleatórios e a sede pelo poder não são originários do rpg de mesa. Ele eram para ser um simulador de histórias, a evolução do personagem não era a finalidade, era a consequência. Lendo o Senhor dos Anéis você verá que os personagens principais tem alguma evolução até o final, mas na maioria das vezes é um amadurecimento de caráter. Pois da mesma forma que Aragorn poderia ser morto por um único e eficiente golpe de espada no início da história, no final é a mesma coisa. Ou seja, nada de evoluir para se tornar uma máquina de combate suprema! Não faz parte deste tipo de história.

Eu não sou contra quem usa esse recurso da maneira que está presente no jogo, nem se o seu grupo só quer saber de evoluir e a história que se dane! Cada um joga da maneira que lhe agrada. Só acho que esses recursos não vem do rpg de mesa, mas dos rpgs eletrônicos e caiu no gosto do pessoal. Porém não é porque o recurso está presente que vou usá-lo para estimular uma evolução tonta e desenfreada na minha mesa!

Então, você concorda comigo ou não? Acha que os encontros aleatórios são originários do rpg de mesa? Ou acha que eles vieram do rpg eletrônico? 

1 comentários:

Anônimo disse...

Boa noite, sou tradutora e estou traduzindo um livro que, conforme o próprio autor, se baseia no Tolkien. Ele fala de gorgûns e herilins. Como não li O Senhor dos Aneis, gostaria de saber se estes termos foram traduzidos. Os gorgûns são criaturas maléficas e odeiam os anões. Os Herilins são uma casta de 12 cavaleiros. Poderia me informar quais são as espécies que aparecem no livro ou aonde posso encontrá-las em português? Muito obrigada

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