quarta-feira, janeiro 11, 2012

House Rules VII: O equilíbrio é necessário?



Todo o hype que surgiu com a divulgação da nova edição de D&D (veja minha opinião aqui) me fez pensar um pouco sobre um assunto polêmico: A necessidade de equilíbrio no rpg. A tentativa da Wizards of the Coast de equilibrar as classes na 4ª edição de D&D parece não ter agradado muita gente.

Eu nunca joguei uma partida utilizando o sistema da 4E, mas já dei uma boa olhada no sistema e compreendi sua funcionalidade. E tenho que dizer que é bem equilibrado no que diz respeito as habilidades das classes. 
Parece que isso não agradou aos jogadores, mesmo os que jogam no sistema da 4E. Muitos dizem que praticamente transformaram todas as classes em conjuradores, todas tem poderes, até em a mesma quantidade seja diária, de encontro e etc. 

Eu achava que só alguns haters é que reclamavam dessa característica da nova edição, mas após uma pesquisa em blogs, fóruns e etc, vi que não é bem assim. Parece que o público realmente, de um modo geral, não gostou disso. 


Um jogo de classes desequilibradas?

Como eu joguei só a 3E e a 3.5E, não posso falar de AD&D, posso afirmar que as classes são desquilibradas sim. Compare o Mago com qualquer outra classe do jogo e verá que ela tem condições de ficar muito mais forte que todas elas, não só no que diz respeito ao dano mas também invadindo o nicho das outras classes. Existem magias que permitem ao conjurador arcano realizar atividades de Ladinos e Guerreiros melhor do que as próprias classes. 

A mais poderosa de todas as classes?

Você pode criar um verdadeiro tanque de guerra aumentando sua C.A., ficar praticamente impenetrável, aumentar todos os seus bônus e partir ir para o combate como um verdadeiro saiyajin.

Para ver que não estou exagerando, leia esta postagem do Shido Vicious no blog Rpgista clicando aqui, ele detalha mais essa questão do que eu.

Menos apelão na 4E?

Pegando carona no que o Shido escreveu, eu sou a favor do equilíbrio. Pra mim o rpg deve ser um jogo em que todos os jogadores, independente de qualquer classe que escolham, devem ter as mesmas chances de sucesso. Que em termos de poder um Mago seja equivalente a um Bardo ou um Guerreiro. Que se o meu grupo só tem jogador que gosta de jogar com combatentes, que o façam e não sejam prejudicados por isso. Lógico que sem invadir o nicho de nenhuma outra classe. Para mim precisa ser algo como "Pedra-Papel-Tesoura", não existe um elemento mais forte, todos são equivalentes.

Mas o equilíbrio reflete o panorama geral da maioria das histórias em que se baseiam os rpgs?


O equilíbrio existe em algum lugar?

Para mim não deve existir equilíbrio, a magia cobra seu preço. O Mago é devota sua vida ao estudo da magia, não se dedica a outras coisas fora isso. A magia é um prêmio referente a essa devoção, nada mais justo.

Palavras de um jogador da minha mesa de Tormenta RPG

Todo mundo sabe que o D&D se baseia muito na obra do Tolkien, O Senhor dos Anéis, e se analisarmos vamos perceber que o jogo reflete a obra. Gandalf consegue encontrar caminhos melhor que Aragorn, qualquer um dos combatentes da Sociedade do Anel não teria chances contra o Mago Cinzento e muito menos contra o Mago Branco, entre outras coisas. Estou errado?

Ele luta, invoca magia, faz de tudo, ele é Gandalf!

Não só na obra de Tolkien mas na maioria das obras de fantasia os conjuradores são muito mais fortes que quaisquer combatentes. Conan é conhecido por nocautear todos os feiticeiros que entram no seu caminho, mas nunca é algo fácil, quase sempre não é uma batalha equilibrada. E porque nos rpgs precisa ser o contrário?

Equilíbrio nunca foi um problema pra ele.

Do ponto de vista da simulação, ou seja, D&D foi feito para simular tais histórias, o jogo não está errado ele reflete tal realidade. Ele obedece ao cerne da proposta do sistema.


Afinal o jogo precisa de equilíbrio ou não?

No final das contas penso que ele deveria oferecer as duas opções. Para quem gosta do equilíbrio use-o, quem não se importa com essa questão permaneça assim.
A questão talvez seja não a importância, mas a preferência, não existe uma necessidade que justifique que o sistema deva ser assim.

No entanto penso que a invasão de nicho não deva existir, isso pode ofuscar o brilho de outras classes. Um conjurador não devia ser tão bom quanto um ladino por exemplo no que diz respeito a arrombamento, criação de armadilhas, desarme de armadilhas, etc.

Outra questão é, o equilíbrio ficou mais próximo com a 4E mas não agradou, talvez pela maneira como foi executada. A maneira como foi executada remeteu muito aos jogos eletrônicos, não só isso mas como todo o jogo foi apresentado, então os fãs deram a alcunha de MMORPG de papel para esta edição.

E você se importa com essa questão na sua mesa? Como você promove o equilíbrio entre as classes? O que acha dessa questão?

Postagens recomendadas sobre o design de D&D 4E:

D&D 4a. Edição, imcompreendido - parte 1.
D&D 4a. Edição, imcompreendido - parte 2.

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