segunda-feira, dezembro 19, 2011

Retrospectiva 2011 - Quadrinhos



O mundo dos quadrinhos foi cheio de surpresas esse ano. Nem todas foram boas surpresas ou cumpriram com o que prometeram, mas de uma coisa eu tenho certeza: 2011 entrou para a história das hitórias em quadrinhos. O ano em que a DC superou a Marvel em vendas.


Mas como a DC só passou a Marvel em vendas no finalzinho do ano, vamos recapitular algumas coisas importantes para o mundo dos quadrinhos. Lembrando que não tem como eu lembrar de tudo, nem falar a respeito de tudo, vou listar aqui aquilo que penso que foi importante! Tentarei abordar os lançamentos das principais editoras durante o ano!


A Marvel e seus mega-eventos

Como não poderia deixar de ser, desde as Guerras Secretas, a Mavel não parou de lançar mega-eventos esse ano. Tivemos os X-Men contra o Drácula, a morte do Tocha Humana e a criação da Fundação Futuro, a Ilha Aranha e  o maior evento do ano, Fear It Self. Basicamente isso foi o que rolou de mais importante na Marvel, isso no universo principal.

Ficou legal a arte!

Os X-Men contra o Drácula é apenas mais uma história que será provavelmente esquecida com o passar dos anos ou no máximo lembrada pelos fãs. Basicamente é um crossover inesperado, mas não é a primeira vez que isso acontece, o universo Marvel já se bateu contra o maior de todos os vampiros. Não creio que tenha sido ruim, só que não causou um impacto tão grande quanto esperavam.

Já a revista do Quarteto Fantástico estava numa excelente fase tanto que a morte do Tocha Humana, apesar de ficar claro o que aconteceria já nos previews, pegou os fãs de surpresa. Essas mortes nos quadrinhos só existem porque aumentam consideravelmente as vendas dos títulos. E não precisava. Mas foi uma boa história, a Fundação Futuro impressionou contratando o Homem Aranha e mudando os uniformes do grupo. E como era de se esperar, o Tocha Humana volta no aniversário da publicação. E os fãs querem entender como o Johnny Storm conseguiu detonar o Aniquilador sozinho!!!

Como será a volta dele?

A Spider Island, foi um outro grande evento da editora. Mas esse foi bem no final do ano. Resumindo: liberam um vírus na ilha de Manhattan que tranforma todo mundo em aranhas gigantes. Cabe ao Homem Aranha resolver tudo. Prometia ser divertida, mas não foi nem isso. 

Prometia ser divertido

O Fear It Self prometia ser uma saga a altura da Guerra Civil, mas no final não passou de um mega-evento com grandes batalhas com a profundidade de uma folha de papel. Algo que impressionou foi a arte desta saga, a história foi bem previsível. Uma coisa que terá bastante repercussão ainda é o Thor perdendo o posto de deus para um tal de Thanarus. Isso eu quero ver como a Marvel vai trabalhar. 

O fim do Thor?



Mas não só de mega-eventos vive a Marvel

A Marvel deveria investir mais nos heróis individualmente. Os mega-eventos ocupam todas as revistas da editora e sobra pouco espaço para os heróis mostrarem seu verdadeiro potencial. 
A maioria das boas histórias esse ano surgiram de revista individuais, como Os Vingadores Secretos, Venom, Capitão América e isso só para citar alguns. Até a revista do Quarteto citada acima foi uma saga individual. Não sei como a Marvel não percebe isso.

A revista do Capitão América foi um dos grandes lançamentos da Marvel esse ano, tanto no Brasil quanto no exterior. Principalmente quando o manto do vingador passou a ser usado por Bucky e o Steve Rogers tinha perecido. 
A morte do Capitão América

Bucky assume o manto

Por mais que o pessoal daqui do Brasil não goste dessa onda de morte-ressurreição de personagens, que vem desde os anos 90, com o Capitão América foi algo bastante elogiado. Foi bem feito.

Vingadores Secretos

Os Vingadores Secretos foram criados pelo Capitão América durante a Guerra Civil. Os heróis que eram contra a lei de registro tinha que agir na marginalidade, o Capitão América juntou todos eles nos Vingadores Secretos, e durante a Guerra Civil vários combates entre seus integrantes e os dos Vingadores aconteceram. Traições e mudanças de lado também. 
No entanto com a unificação dos heróis novamente os Vingadores Secretos passaram a ser uma divisão dos Vingadores que agia em missões secretas em que os heróis não deveriam se expor tanto. O Capitão América passou a ser líder do grupo depois que voltou da morte, ele aqui era apenas Steve Rogers não tinha voltado ainda ao manto do primeiro vingador. 
O novo Venom
Com o Venom foi algo também impressionante. O vilão não era tão bem aproveitado na editora desde O Reinado Sombrio, já tinha sido um anti-herói e o público estava com medo dessa nova revista mensal. Mas aí somos apresentados a um personagem bastante complexo e bem aproveitado que agradou muita gente! Eu já falei sobre o que eu acho dele aqui.


No Universo Ultimate tivemos excelentes idéias 

Como os fãs de quadrinhos sabem, o universo ultimate é uma série de revistas da Marvel que se passa num universo alternativo em que os heróis tiveram suas histórias recontadas de uma maneira mais "realista". Era um universo mais sério, sem mega-eventos ou ciclos de morte e ressurreição de personagens. Por um tempo fez bastante sucesso até ser descontinuado após ter sido destruído no arco de histórias chamado de Ultimatum. Em que uma onda gigante devastou praticamente todo o ocidente (o primeiro e último grande evento deste universo)! 

A Marvel resolveu voltar a trabalhar neste universo e impressionou os fãs pois ela continuou logo após esse evento cataclismico, mostrando as consequências disso para todos os heróis e sem ressucitar ninguém.

A morte do Peter

Esse universo também foi marcado em 2011 pela morte do Peter Parker. Aparentemente, até agora, a morte definitiva. Porém não foi impressionante esse evento, o que chamou mais atenção foi o substituto do herói. Um garoto negro e com ascendência latina chamado Miles Morales! Com direito a uniforme novo e novos poderes!

Miles Morales
Uniforme novo

O universo ultimate só teve alegrias esse ano e boas histórias. Sem grandes eventos. Como deve ser! 
E a DC? O que ela aprontou esse ano?

Durante boa parte do ano a DC ficou atrás da Marvel em vendas. Esse ano até o reboot a DC tinha apenas as histórias do Batman e do Lanterna Verde que estavam bem. Os outros títulos da editora tentavam emplacar mas não estavam conseguindo.
O legado
O Batman vinha numa grande fase com histórias como a morte do morcego e o Dick Grayson assumindo o capuz. O público adorou essa fase, o filho do Bruce Wayne (Damian Wayne) era o Robin desta nova dupla. Basicamente provocou o mesmo efeito que a revista do Capitão América da Marvel, a sensação de renovação. O manto sendo passado, um novo Batman em Gotham, com novas ideologias e modus operandi.

Reunindo um exército de Batmen

E aí, como também aconteceu na Marvel, o falecido voltou! Só que teve que fazer um retorno através dos tempos, dando uma oportunidade aos leitores de ver como seria o Batman atuando na pré-história, no período das grandes navegações, velho oeste, década de 30, até chegar no presente! E aí somos apresentados a revista Batman Inc. Que apesar de polêmica, fez bastante sucesso. 
O Bruce Wayne não queria deixar o mundo desamparado novamente e saiu por aí escolhendo heróis para atuar numa grande organização de Batmen financiados por ele! 

Guerra dos Lanternas Verdes


Já o Lanterna Verde passou pela Guerra dos Lanternas Verdes e terminou com o Hal Jordan perdendo o posto de Lanterna Verde! Essa saga foi enorme e praticamente ocupou todos os títulos do personagem. Resumidamente, uma entidade ocupou a bateria central de OA e deixou a tropa sem energia. Hal Jordan de cia. tiveram que entrar em outras tropas para ter energia para combater a ameaça! 
Em seguida foram mostradas as consequências desse acontecimento. A saga vendeu bastante!


O Flashpoint e o reboot

Pra finalizar o primeiro semestre de lançamentos da DC, tivemos o mega-evento Flashpoint. Este remodelou o mundo da DC. O Flash ganha toda importância aqui, e esse evento é o principal responsável pelo reboot da editora. Dizem os críticos que foi bem melhor que o Fear It Self.

O início do fim!

O reboot causou muitas polêmicas mas se mostrou promissor em vendas! A DC finalmente passou a Marvel e parece ter atraído bastante o público! Apesar da DC querer passar que tudo isso estava planejado, ficou bem na cara que tudo foi uma imposição da Warner Bros. que é dona da editora! Tanto que séries, como Batman Inc., foram encerradas as pressas! 

Novo universo DC

Não vou me deter muito no reboot porque já falei dele aqui (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). Mas penso que foi uma boa coisa, apesar de achar que não precisavam alterar todo o universo da DC. Visto que algumas revistas continuaram as mesmas, como Batman e o Lanterna Verde. Um título que está maravilhoso é o da Wonder Woman, o Azzarello está fazendo um excelente trabalho e dando a ela as boas histórias que merece! 


Os brasileiros detonaram tudo esse ano!

Creio que foi o ano dos brasileiros nos quadrinhos esse ano. Daytripper dos irmãos Gabriel Bá e Fábio Moon ganharam todos os prêmios em que competiram, inclusive o Eisner por melhor minissérie! 
Os caras ficaram no topo com essa hq, que foi elogiada no mundo todo! E hoje temos ela aqui no Brasil. 
Outro artista brasileiro que ganhou prêmios foi o Rafael Albuquerque por American Vampire. Uma excelente série da linha Vertigo da DC.

Orgulho nacional!
Uma bela hq.

Outro tapa na cara dos gringos foi a venda de 500 mil cópias da Turma da Mônica Jovem aqui no Brasil. A DC estava toda besta comemorando o seu pouco mais de 200 mil unidades vendidas da revista da Justice League após o reboot do seu universo. O sr. Maurício de Sousa mostrou com quantos quadros se faz uma hq de sucesso! E isso foi noticiado em sites gringos! Um boa conquista para o quadrinho nacional.

Muito bem Sr. Maurício

Fora os lançamentos nacionais como Bando de Dois, Necronauta, etc! Um ano histórico para essa mídia por aqui!


Concluindo

Um ano cheio de boas e más surpresas! Eu sei que não deu para falar sobre tudo mas listei o mais importante. Lembrei de outras coisas ainda a pouco, mas a postagem já está grande demais! Qualquer coisa que quiserem acrescentar façam isso nos comentários!

2012 já promete pois queremos ver como a Marvel responderá ao reboot da DC, já estão falando de reboot também. Queremos ver se a DC se mantém na liderança ou pelo menos bem próxima a Marvel! 
Também veremos ano que vem como ficará o Hellboy após sua morte e como todos os outros personagens reagirão a isso. 

O Flashpoint aqui no Brasil e o novo universo da DC provavelmente no segundo semestre! No exterior vamos ter mais uma revista dos Vingadores por causa do filme. E provavelmente por aqui teremos bastante encadernados do Batman e Vingadores sendo relançados!

Vamos ver o que 2012 tem a mostrar! Será tão marcante quanto 2011? Serão boas ou más surpresas?

p.s.: Não podia deixar de comentar a partida de Joe Simon, o criador do Capitão América, e Eduardo Barreto, um grande ilustrador dos quadrinhos, conhecido principalmente pelo seu trabalho em: Lex Luthor - Biografia Não-Autorizada. Descansem em paz!

Eduardo Barreto
Joe Simon

2 comentários:

* Andhora Silveira * disse...

Esse foi, sem dúvida, um ano de muitas conquistas para os quadrinhos... Tivemos muitas novidades, polêmicas, surpresas! Eu estou bastante satisfeita com o atual cenário dos quadrinhos.

Acho que algumas pessoas tem preconceitos com quadrinhos Disney, acredito que você deveria ter citado eles por aqui também, pois eles vem fazendo história tanto quanto a DC Comics, ou Marvel, ou qualquer outra empresa que produz histórias em quadrinhos. Tivemos muitas novidades publicadas pela editora Abril (o fim da coleção Clássicos da Literatura Disney, O surgimento de novos quadrinhos como o da Minnie e do Pateta, a Coleção Pateta Faz História, etc...)

No geral, você fez um excelente apanhado geral do que aconteceu esse ano.

Bob Mota disse...

Infelizmente não deu para abordar tudo. Eu gostaria muito ter lembrado de tudo o que aconteceu nessa mídia esse ano. Infelizmente eu não acompanho os quadrinhos da Disney, por isso não os citei. Mas ainda bem que você não deixou eles ficarem esquecidos, obrigado pelo lembrete!

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