quarta-feira, novembro 23, 2011

Utilizando elementos de histórias em quadrinhos no rpg



Não sei se vai ser novidade para os mestres de plantão o que vou falar aqui hoje, mas vamos lá. Você já pensou em utilizar elementos das histórias em quadrinhos na sua mesa de rpg? Não é o mesmo de fazer uma mesa de rpg de super heróis, é utilizar elementos dos quadrinhos no seu rpg de fantasia clássica.

Talvez muitos façam isso incoscientemente, outros nunca tentaram e outros acham que não dá certo. Mas vamos conversar. O que eu sugiro utilizar dos quadrinhos na sua mesa de fantasia clássica? Vejamos....


Campanhas ambientadas somente em cidades

Gotham por acaso é tranquila?

Praticamente 90% das campanhas ou aventuras de rpg de fantasia clássica são ambientadas em áreas selvagens, masmorras, oceanos, montanhas, etc. Poucas são ambientadas totalmente numa cidade, ou cidades.  
Nos quadrinhos acontece justamente o contrário, com algumas excessões, a maioria das histórias acontecem dentro de uma única cidade por vários anos. E por mais chato que possa parecer, não nos cansamos de visitar Gotham, New York, etc. As vezes as cidades mudam, as vezes os heróis saem das cidades, vão pro espaço, mas acabam voltando a se aventurar por becos, cobertura de prédios e etc.

Essa idéia não é nova, um cenário antigo de D&D era uma única cidade. E até hoje um dos títulos mais aclamados de todos os tempos. Ptolus. A cidade era imensa e tinha muitos ganchos para aventuras e problemas para serem resolvidos. Não precisava sair dela para nada! Era incrível. 

Em terras brasileiras temos o excelente suplemento para Tormenta RPG, o Valkaria - Cidade Sob a Deusa. Lá existem muitas idéias de como rolar campanhas inteiras não só nesta cidade, mas em qualquer outra cidade de qualquer cenário de rpg. 

Um fato: Cidades não são ambientes tranquilos e descanso. Como um spá. Elas são perigosas como qualquer masmorra. 

Não utilize só assaltantes, utilize feiticeiros que querem o controle da cidade, magos loucos, milionários que querem fazer dela seu playground, guerreiros que não respeitam nenhuma autoridade, assassinos em série, as possibilidades são imensas. Tudo isso pode render bons combates, investigações grandiosas, tudo o que uma campanha fora de uma cidade tem. 


Vilões que nunca morrem

Ele nunca morre definitivamente.

Eu sei que muitas vezes odiamos as ressureições constantes de certos personagens nas histórias em quadrinhos, mas isso poderia render uma boa história na sua mesa de rpg. 
Pense bem, num mundo de fantasia clássica esse tipo de coisa é bastante plausível, existem vários recursos que possibilitam isso. 
Um mago todo poderoso com condições de dominar o mundo por um acaso não teria condições de ter clones seus espalhados em "quartéis-generais" secretos ao redor do mundo, para serem utilizados numa emergência? Até porque em D&D existe uma magia de alto nível que faz exatamente isso, o personagem morre e seu espírito vai direto para o clone sem perder nível algum. 

Ou um grande vilão que pode não ter acesso a uma magia como a anterior, mas pode ser ressucitado por uma divindade maligna e ter acesso a mais recursos para detonar os heróis. Ou mesmo, por causa do desejo de vingança esse vilão pode retornar como um poderoso morto-vivo que existe apenas para detonar os mocinhos.

Imagine também aquele chefão de guilda, tem vários favores pendentes, tinha um submundo inteiro de criminosos trabalhando para ele e de repente é detonado por um grupo de aventureiros. Será que esse mafioso não teria um "plano B"? Ninguém poderia gerenciar a guilda para ele? Ou não teriam sido deixadas ordens para ressucitar o chefe através de uma cobrança de favores ou algo assim?

Isso só aumentaria a raiva que os jogadores tem do vilão. E lógico que quando já estivesse ficando chata a situação você poderia acabar com ela de vez. Afinal, é sua mesa e você respeita seus jogadores mais do que as editoras de quadrinhos respeitam seus leitores.


Universos Paralelos

A "Liga da Justiça" do Universo Negativo

Num cenário em que os jogadores podem viajar através de diferentes planos da existência, universos paralelos não são absurdos. Outros planos já são universos paralelos, mas estou falando aqui de planetas inversos e crossovers entre sistemas ou cenários.

Complicado? Explico. 

Imagine se o grupo é visitado por pessoas iguais a eles que se dizem viajantes dimensionais e que vieram para ajudar. Depois esse grupo se mostra como os variantes malignos de um universo as avessas que vieram acabar com suas cópias boazinhas e dominar o mundo. Ou o grupo é visitado por cópias boazinhas dos vilões do seu mundo, que na verdade são heróis de uma dimensão paralela. 

Outra idéia é dos heróis irem parar em outro universo, que pode ser um mundo inverso, ou um mundo totalmente diferente, em que a magia funcione diferente, ou como o nosso planeta terra. O grupo poderia ter contato com outros personagens dos jogadores dessa mesa que pertencem a outro cenário.


Viagens temporais

Um viajante do tempo bem conhecido!

Eis outra coisa bastante popular em histórias em quadrinhos. Tenho certeza que se juntar todos os heróis da Marvel e da DC num salão e falar: Quem aqui já fez uma viagem para o passado ou futuro levanta mão!
99,9% dos personagens vão levantar a mão. E porque em mundos que existem magias, itens ou entidades com poder suficiente para fazer isso, os jogadores não viajam tanto assim através do tempo?

A única coisa que se deve ter cuidado com esse elemento é que: O que os personagens fizerem vão gerar consequências! E podem ser castastróficas! Fora isso, tudo bem.

Podemos pensar em campanhas em que os jogadores são levados por um vórtice temporal para o passado e precisam voltar para o seu tempo sem estragar nada. Ou mudando o que quiserem. 
Também o grupo pode ser visitado por um visitante do futuro que está perdido ou veio para eliminar eles ou algo semelhante. 

Os aventureiros poderiam ser jogados no futuro por um vilão ou porque são os únicos heróis capazes de deter uma certa ameaça. Ou para ensinar aos novos protetores do mundo como devem agir. 
Eles também podem perseguir um vilão que quer alterar toda a linha do tempo, eles podem ir atrás dele através de várias eras diferentes. 
O mundo pode mudar de repente e só heróis lembram como ele era, depois descobrem que alguém viajou no tempo, alterou o passado do mundo e agora eles precisam consertar isso. 

As possibilidades, como sempre, são imensas também. Para não dizer infinitas!


Concluindo

Tenho certeza que se você nunca usou nada disso na sua mesa, vai se divertir bastante e surpreender os seus jogadores. Se você já utilizou, admita que foi divertido. Se você é um purista que acha que nada disso é verossímil, lembre-se de que se fôssemos nos guiar dessa maneira não teríamos muitos dos elementos atuais dos de fantasia porque eles não são verossímeis. No fim das contas o que conta é a diversão. 


1 comentários:

* Andhora Silveira * disse...

Realmente o universo dos Quadrinhos pode nos conferir um excelente background e elementos dos mais variados para se realizar uma mesa de RPG com essa temática. De vilões a heróis, de cenários a situações das mais diversas (crises, eras, universos paralelos, origens, etc.). Gostaria muito de jogar uma mesa assim. :)

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