sexta-feira, setembro 23, 2011

A Mulher Maravilha por Brian Azzarello


Eis mais uma resenha de uma das novas revistas do reboot da DC. Mais uma vez vou falar sobre um dos membros da Trindade! A Princesa Diana, mais conhecida como Mulher Maravilha.


Este é um dos títulos que eu mais esperava, sempre achei que a Mulher Maravilha nunca foi tão respeitada por aqueles que nela trabalharam. Ela nunca teve grandes momentos ou histórias marcantes como o Dark Knight ou o Grandes Astros. E é uma heróina que tem muito pano pra manga.

Pare e pense um pouco, Diana é uma personagem cujas origens estão na mitologia grega. Esta mitologia em particular está cheia de deuses inescrupulosos e mesquinhos que não dão a mínima para o mundo e portanto podem render exclentes vilões. Fora isso, ela é membro de uma sociedade de mulheres guerreiras! São criadas para a batalha! Sabe um Spartacus fêmea, algo desse tipo.

Mas aí entra autor e sai autor e ninguém aproveita a mitologia grega impregnada na personagem, nem trata de apresentá-la ao público como uma guerreira grega a moda antiga, do tipo que lutava com espadas, tridentes, e por aí vai. Com sangue nos olhos! Lógico que sem descartar a inteligência, que é uma das características mais marcantes dela.
Eu acho que a Mulher Maravilha ideal é mais uma guerreira do que uma super heroína. Mas vamos deixar de saber do que eu penso de como a personagem dever ser e vamos saber o que o Brian Azzarello pensa a respeito.

O jornal The Conventry Telegraph conversou com o autor sobre seus planos para a personagem e extraiu dele o seguinte:

"Na verdade, não existe essa trindade. Isso foi inventado. Existe o Superman, o Batman, e todo o resto", analisa Azzarello. "Assim, o que quero fazer é criar de fato essa trindade. Quero que isso signifique algo."

"Na verdade, não posso fazer tudo que eu quiser, mas vamos fazer algumas coisas novas. Acredito que a personagem precisa disso. Será um leve reboot, não vamos nos livrar de sua história ou coisas do tipo", disse.

"Posso garantir uma coisa: não será uma revista de super-heróis, e sim de terror"

Em outras entrevistas (que eu não consegui achar) ele disse que as histórias teriam muito mais carga de mitologia grega do que antes. Além disso se você for pensar na mitologia em si vai ver que as histórias da Mulher Maravilha se encaixariam fácil no gênero de terror e não seria ruim se ela seguisse esse caminho. Outra coisa que espera-se ver, ou pelo menos eu espero ver, é a Diana não como protetora dos E.U.A. ou como uma heroína de capa, quero vê-la como uma amazona mesmo como falei acima e protetora do mundo!

 Mas vamos por partes, primeiro a polêmica do uniforme. Os preview mostravam uma diana com calça e não de maiô. Muitos fãs reclamaram e disseram que isso era um desrespeito com a Mulher Maravilha original. Eu nunca pensei assim, o uniforme dela para o reboot pra mim pouco importaria se as histórias fossem boas. E na boa, uma guerreira de maiô só em partida de rpg, ela precisa de uma roupa mais funcional, mais prática do que um maiô e eu acho que a calça cumpriria essa função. Aliás para mim o "uniforme" deveria ter mais cara de armadura ao estilo gladiadora.

A versão do uniforme com calças.

O uniforme ideal, pra mim, seria parecido com esse.

Então a DC alterou o uniforme e deixou bem parecido com o original mas sem toda aquela referência americana escancarada! Pelo menos está mais sutil. E parece ter agradado aos fãs.

Novo Uniforme

Problema resolvido vamos ao que interessa, à nova história!

Inicialmente o Azzarello cumpriu o que prometeu: enfatizou mais a mitologia grega nesta história da personagem. Só nesta edição vemos Hera, Centauros, Hermes e referências a Zeus e seus casos e oráculos.
Outra coisa que gostei foi ver elementos de guerreira nesta nova Mulher Maravilha, aqui ela lutou contra os centauros sem tantos elementos heróicos, o combate foi mais pés-no-chão, ela utilizou até uma espada!
Vemos também um pouco de crueldade das deidades gregas quando um dos bastardos de Zeus não se mostra incomodado ao executar 3 garotas carbonizando-as.

Diana defendendo a garota das flechas disparadas pelos Centauros

Até aí tudo bem, mas a história é rápida e acho que esse foi o grande problema. Ela deixa vários plots para as próximas edições (como todas as outras), não é uma história fechadinha. Também eu vi não nada do gênero terror nesta revista, foi mais uma história de ação com algum mistério.

Minha avaliação é a seguinte:

Eu gostei da história apesar de ser curta e não ser fechada. Mostrou bastante referência a mitologia grega. Mais do que eu já vi em uma história da Mulher Maravilha. A arte está muito boa. E a personagem lutou mais como uma guerreira do que como uma super heroína! No geral a revista é legal, mas ainda fica atrás da Action Comics #1.

Sinceramente espero que DC e o Azzarello sigam por esta linha, mais mitologia grega, mais de guerreira para a Diana e menos de heroína e de defensora do povo americano! A américa tem heróis demais tomando conta dela. Espero que o Brian Azzarello seja bem sucedido com a personagem e que a DC não empate as idéias do roteirista.

E para finalizar viajei aqui no seguinte: Imagina uma história da Mulher Maravilha pelo Neil Gaiman! Ou pelo Mike Mignola! Ou pelo Alan Moore! Com certeza seriam marcantes e teria muito da mitologia grega e toda sua crueldade no roteiro. Fica a dica para a DC! Apesar de saber que dificilmente ela me ouvirá.

1 comentários:

* Andhora Silveira * disse...

Amei essa revista... estou ansiosa para a próxima. Que venha logo!

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